Senti saudade dos dias em que a paixão pelo Evangelho ardia com intensidade genuína e verdadeira, queimando o peito e nos empurrando para a conquista de vidas para o Reino.
Senti saudade do dia em que fui ao altar de Deus, convencido de que Ele me chamava para uma nova vida.
Os apelos de hoje já não são para mudança de vida. Os altares estão mais cheios do que antes, mas de pessoas interessadas em um novo emprego, numa nova bênção, num novo casamento. A paixão pelas almas esfriou.
Senti saudade do tempo em que ter um compromisso com a igreja era coisa séria. As pessoas não se afastavam da comunhão por causa de picuinha, de diferenças de idéias, ou de não ter sido cumprimentado e saudado pelo irmão ou pelo pastor. O compromisso com a igreja era, em primeiro lugar, um compromisso com o Deus da Igreja. Havia temor no coração.
Senti saudade do tempo em que o casamento feito na igreja era para valer! O pastor acompanhava o casal durante toda a vida. As diferenças eram tratadas no altar. Não existia a influência dos meios de comunicação que solaparam e continuam solapando a estrutura familiar. Ah, como senti saudade!
Senti saudade dos tempos em que membro era membro e pastor era pastor. Hoje, já não sabemos quem é quem. O membro faz o que quer e o pastor não tem o direito de admoestá-lo, de discipliná-lo. Se o fizer, perde o membro – ele vai para outra igreja.
Senti saudade do tempo em que o ministério era sonhado como uma das maiores conquistas do servo, de um seguidor de Jesus. Tempo em que o pastor trabalhava não para si mesmo, não para a instituição. Nem buscava arrecadar cada dia mais para poder subir na escala de valores da denominação. Senti saudade do tempo em que sofrer pelo Evangelho era motivo de graça e júbilo.
Senti saudade do tempo em que ir à igreja era um motivo de festa! Ninguém perguntava: “Quem vai pregar hoje?”... “Tem convidado novo?”. As pessoas iam para ouvir a Palavra de Deus, não o pregador convidado!
Senti saudade em que nos encontros de oração faltavam lugares na igreja. Hoje, se não houver “anjos” invisíveis ocupando os lugares, a igreja fica vazia.
Senti saudade dos tempos em que a igreja administrava os recursos financeiros aplicando-os na divulgação do Evangelho, na abertura de novas igrejas. Quando a igreja administrava os dízimos dos fiéis, não como acontece hoje, em que os fieis é que administram onde dar, onde colocar seus dízimos.
Senti saudade do tempo em que o verbo amar era conjugado em todos os tempos. Não havia predileção àqueles que seriam amados. Todos recebiam o mesmo carinho, o mesmo calor nos abraços.
Senti saudade do tempo em que o pecado produzia uma profunda tristeza no coração. Pecado era pecado. Hoje, já não se pode falar de pecado na igreja, para não ser qualificado de retrógrado, de alienado.
Não podemos deixar que a saudade morra – principalmente a saudade daquele tempo em que Deus era verdadeiramente adorado e amado, e não apenas usado para atender às nossas necessidades.
Estas são algumas das minhas saudades. Que de alguma forma elas renasçam, ressuscitem, fazendo da Igreja o que Deus sonhou para ela. Que nasça em seu espírito um desejo de aprender mais e mais. Que sinta um desejo de aprender a amar, sabendo que esta é uma das lições mais importantes e difíceis que a vida nos apresenta.
Que você cresça no amor para com o Senhor, e que esse amor se estenda a todos os que vivem ao seu redor.
sábado, 13 de março de 2010
As minhas saudades
Postado por Feeh às 04:43
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